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  Confira mais um capítulo da História de Portugal

Por: Nelson de Paula.

"Castelo da Covilhã" - 16/09/2018

Dom Dinis confirmou, em 1303, o foral outorgado por Dom Sancho I. Sob o reinado de Fernando I de Portugal nova campanha de obras de reparação e ampliação terá tido lugar. Afonso V de Portugal por Provisão de 24 de junho de 1459 deu despacho a uma petição para a renovação das muralhas da Covilhã, ordenando a reparação das mesmas. Este soberano autorizou, por Carta Régia datada de 1471, o Infante Dom Diogo a suceder no senhorio da Covilhã.

Por morte deste Infante em 1489, no mesmo ano, João II de Portugal doou o senhorio a seu primo, o Infante Dom Manuel, futuro Manuel I de Portugal (1495-1521). Dom Manuel I outorgou o “Foral Novo” à vila (em 1510), confirmando todos os seus antigos privilégios, e determinando a ampliação da cintura muralhada. A data de 1510 num dos muros, por baixo do castelo, indicará as reparações feitas à época. João III de Portugal (1521-1557) por Carta Régia atribuiu ao Infante Dom Luís o senhorio da Covilhã em 1527.

No contexto da Dinastia Filipina (1580-1640) sob o reinado de Filipe III de Espanha foi erguido, em 1614, o edifício dos Paços do Concelho. Sito à praça principal da cidade, o mesmo situava-se sobre o pano leste da muralha medieval e incluía em sua fachada a antiga “Porta da Vila”, doravante conhecido como o “Arco da Cadeia Comarcã”.

Já no contexto da Guerra da Restauração da Independência portuguesa (1640-1668), durante as Cortes de 1641 os procuradores da Covilhã advertiram para a necessidade de se realizarem obras urgentes na muralha. Desconhece-se se esses trabalhos foram efetivamente executados, mas, nos séculos seguintes, a cerca medieval foi constituindo um estorvo cada vez maior para as autoridades concelhias, uma herança que dificultava a renovação urbanística do conjunto.

Sob o reinado de João V de Portugal (1706-1750), as muralhas encontravam-se bem conservadas, mas começavam a ser demolidas. À época (1734) o padre Cabral de Pina, prior de São Silvestre, registou que as muralhas formavam um polígono regular que se fechava na parte mais alta. E comentou:

“Eram estes muros bem célebres pela máquina grande de pedraria que parece imensa e pela grandeza das pedras de parede, pois em parte tem troços de comprimento de quinze palmos e outras de dezoito.” O padre Luís Cardoso, no “Dicionário Geográfico de Portugal”, sobre a Covilhã informava: “ (…) é murada, com três portas principais que são a de Val de Caravelho, a do Sol e a de São Vicente. No cimo da vila fica o castelo com duas torres que tudo denota grande antiguidade. ”