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  Confira mais um capítulo da História de Portugal

Por: Nelson de Paula.

Castelos de Portugal - "Marvão" - 22/04/2018

No encerramento da questão, os domínios de Marvão, Portalegre e Arronches foram trocados pelos de Sintra e de Ourém, permanecendo os primeiros na posse do soberano. Este confirmou à Marvão o foral de 1226 e empreendeu-lhe obras de ampliação e reforço das defesas, destacando-se a construção da torre de menagem, iniciada no ano de 1300.

No reinado de Dom Fernando (1367-1383), foi estabelecido em Marvão o couto de homiziados (em 1378). Após o seu falecimento, ao eclodir a crise de 1383-1385, a vila e seu castelo posicionaram-se pelo partido do Mestre de Avis. O novo soberano e os seus sucessores concederam diversos privilégios à vila (em 1407, 1436 e 1497) com o mesmo fim de incrementar o seu povoamento e defesa. Nessa fase, foram procedidos também reforços nas muralhas, o que é constatado pela presença de cubelos datando dos séculos XV e XVI.

Quando da Restauração da independência portuguesa, no contexto da guerra que se seguiu, as defesas de Marvão foram remodeladas, adaptadas aos avanços da artilharia da época. A primeira fase dessas obras desenvolveu-se entre 1640 e 1662 quando o abade Dom João Dama empreendeu a reconstrução de um troço da muralha e barbacãs que se encontravam em ruínas, providenciou reparo nas portas do castelo e outros consertos necessários à conservação e defesa da vila.

Ainda em obras, sofreu assalto por forças espanholas (em 1641 e 1648), batendo-se ativamente com a praça vizinha de Valencia de Alcántara, até à conquista desta pelas forças de Dom António Luís de Meneses (em 1644). Um relato de Nicolau de Langres, à época, informa que a guarnição de infantaria e de cavalaria portuguesa nesta fortificação eram oriundos de Castelo de Vide, contando Marvão com cerca de 400 habitantes.

Ao se iniciar o século XVIII, a fortaleza de Marvão foi conquistada pelo exército espanhol (em 1704), para ser retomada em seguida pelas tropas portuguesas sob o comando do conde de São João (em 1705). Um novo assalto espanhol à vila se repetiria décadas mais tarde, em 1772.

No século XIX, abrindo-se a Guerra Peninsular, foi ocupada por tropas francesas, libertando-se em 1808. Posteriormente, quando das Guerras Liberais, no episódio conhecido como Guerra da Patuleia, foi ocupada pelas forças liberais (em 12 de Dezembro de 1833), vindo a sofrer o assédio das tropas miguelistas no ano seguinte (1834).