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  Confira mais um capítulo da História de Portugal

Por: Nelson de Paula.

José Mendes Cabeçadas Júnior 9º Presidente de Portugal - 03/07/2016

Pulamos o 8° Presidente Bernardino Machado, porque ele foi também o 3° Presidente e já falamos dele. Vamos então ao 9° Presidente, José Mendes Cabeçadas Júnior. Nasceu em Loulé, São Sebastião a 19 de agosto de 1883 e faleceu em Lisboa em 2 de junho de 1965. Foi oficial da Armada Portuguesa, maçon e político republicano convicto, que teve um papel decisivo na preparação dos movimentos revolucionários que conduziram à criação e à extinção da Primeira República Portuguesa: a revolução de 5 de Outubro de 1910 e o golpe de 28 de Maio de 1926.

Exerceu o cargo de 9.º Presidente da República Portuguesa (o 1.º da Ditadura Militar) e de presidente do Ministério (Primeiro-Ministro) no breve período entre 31 de Maio de 1926 e 16 de Junho do mesmo ano. Afastado do poder pela estabilização do regime à direita e pelo salazarismo, transformou-se num feroz opositor da autocracia de Óscar Carmona e de Oliveira Salazar, conspirando em, pelo menos, duas tentativas insurrecionais (1946 e 1947). Como derradeiro gesto político, subscreveu o Programa para a Democratização da República (1961).

Filho de José Mendes Cabeçadas e de sua mulher Maria da Graça Guerreiro, neto paterno de João Mendes Cabeçadas, oriundo da Quinta das Cabeçadas, e de sua mulher Joana Maria e neto materno de João Nunes Guerreiro e de sua mulher Maria da Graça.

Casou em Lisboa, Santa Isabel, em Março de 1911 com Maria das Dores Formosinho Vieira Silves, filha de José Francisco Vieira e de sua mulher Maria das Dores Formosinho, da qual teve quatro filhas: Maria Vieira Cabeçadas, Maria Dolores Vieira Cabeçadas, Maria da Graça Vieira Cabeçadas e Raquel Vieira Cabeçadas.

Oficial da Marinha, foi um dos responsáveis pela revolta a bordo do Adamastor, durante a Implantação da República Portuguesa. Pertenceu ao Partido da União Republicana e ao Partido Liberal Republicano, tendo sido Deputado da Assembleia Nacional Constituinte de 1911 e da Câmara dos Deputados do Congresso da República por Silves de 1911 a 1915 e por Aljustrel de 1915 a 1917 e em 1921.

Havendo-lhe sido oferecidas diversas condecorações, aceitou apenas a Medalha de Prata de Comportamento Exemplar. A 11 de Março de 1919 foi feito Comendador da Ordem Militar de Avis de Portugal. Foi Presidente da Comissão de Obras de Construção do Arsenal, Presidente da Junta Autónoma do Arsenal, Intendente da Marinha Portuguesa e 2.º Governador do Banco de Angola. No entanto, cedo se desiludiu com o regime que ajudara a criar.