Por: Nelson de Paula.
"CASTELO DE VALENÇA" - 12/10/2025
À época do reinado de D. Afonso V (1438-1481), o nome da vila foi alterado de Contrasta ("a que fica em frente") para Valença ("a valente"). Sob o reinado de D. Manuel I (1495-1521) a povoação e o seu castelo encontram-se figurados por Duarte de Armas (no Livro das Fortalezas), onde se descortina a vila cintada por muralhas, defesa complementada por barbacãs e uma couraça.
No contexto da Guerra da Restauração da independência de Portugal, a posição de Valença readquiriu importância estratégica. Desse modo, uma nova etapa construtiva teve lugar, demolindo-se para esse fim a antiga cerca medieval, reaproveitando-se a sua pedra para erguer baluartes adaptados à então moderna artilharia.
Os vestígios que ainda subsistem do castelo medieval remontam às ampliações de D. Afonso III: a Porta do Açougue, a norte, ainda ostenta um escudo medieval na pedra de fecho; e a Porta da Gambiarra, a Leste, que comunicava para a zona ribeirinha e para a barca que fazia a travessia do rio Minho constituía a entrada principal da fortificação, era ladeada por duas imponentes torres de planta quadrangular.
Valença é onde Portugal e a Galiza na Espanha se Encontram. A cultura e tradições de Valença estão fortemente associadas à presença do Rio Minho e à imponência e riqueza histórico patrimonial da sua Fortaleza e à sua condição de terra de fronteira franca.
Valença está entre os Caminhos religiosos de Santiago de Compostela e de Fátima e é ponto de confluência do Caminho Central Português e da Costa, com marcas jacobeias únicas, espelhadas em monumentos, histórias e lendas.
Em Valença sente-se a magia do caminho com momentos tão singulares como o estar com um pé em Portugal e outro na Espanha, a meio da ponte, sobre o rio Minho, com a Fortaleza atrás e a Catedral de Tui em frente.
Valença marca, também, o início dos Caminhos de Fátima, percorrendo o Caminho Português Central, em sentido inverso. As marcas marianas em Valença são muito em especial os testemunhos deixados pela presença da Irmã Lúcia.
Percorrer estes caminhos aqui, é mergulhar numa natureza prodigiosa marcada pelas margens do Rio Minho, acompanhar os traçados das vias romano medievais e um vasto património edificado.