Por: Nelson de Paula.
"CASTELO DE CASTELO RODRIGO" - 02/11/2025
Quando da Dinastia Filipina, ao final do século XVI, Filipe II de Espanha elevou a vila a condado, tendo como primeiro titular o Conselheiro D. Cristóvão de Moura (1594), filho de um antigo alcaide da vila e figura-chave de sua diplomacia durante a crise de sucessão de 1580.
Este fazia erguer, desde 1590, no lugar da antiga alcáçova, um palácio como sua residência, cercado por muros reforçados por cubelos, ornado com uma porta em estilo gótico. Com a morte do soberano, o seu sucessor elevou o condado a marquesado (1600), passando o seu titular a ostentar o título de 1° Marquês de Castelo Rodrigo.
Com a Restauração da Independência portuguesa, o palácio, símbolo da opressão espanhola, foi incendiado pela população, encontrando-se atualmente em ruínas. Nos primeiros anos da Restauração, recebeu cuidados por parte do Governador das Armas da Província da Beira, D. Álvaro de Abrantes, tendo, durante a Guerra da Restauração, com uma guarnição de apenas 150 homens resistido ao cerco imposto pelas tropas espanholas (3.000 homens) sob o comando do duque de Osuna.
Foram batidas por Pedro Jacques de Magalhães na batalha da Salgadela (7 de julho de 1664). A tradição local refere que, tanto o duque quanto D. João de Áustria, só escaparam com vida, por se terem disfarçado de frades. Posteriormente, no contexto da Guerra dos Sete Anos, esteve ocupado pelas tropas espanholas sob o comando do marquês de Soria (1762).
Perdida a sua função militar, diante do declínio econômico que se instaurou, a vila de Castelo Rodrigo viu a sede do concelho passar para a vizinha Figueira de Castelo Rodrigo, por Carta Régia de D. Maria II (1826–1828; 1834–1853), em 25 de junho de 1836.
No século XX, foi classificado como Monumento Nacional por Decreto publicado em 4 de julho de 1922. Parcialmente restaurado na década de 1940, apenas recentemente foi objeto de um programa global de intervenção por parte do poder público.