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  Confira mais um capítulo da História de Portugal

Por: Nelson de Paula.

"Castelo da Covilhã" - 23/09/2018

Quando do grande terremoto de 1 de novembro de 1755, a Covilhã sofreu grandes danos. As “Memórias Paroquiais” (de 1758), na "Memória da Vila da Covilhã” sobre a defesa da vila dão conta: "Tem esta villa muro em todo o circuito da freguesia de Santa Maria com sua fortaleza, e Castelo, quase tudo arruinado e em partes destruido de todo, e a torre maior caio metade dela este presente ano, e parece foi ruina do terremoto”.

A freguesia de Santa Maria situava-se dentro do perímetro do castelo e, em 1758, constava de trezentos fogos. Luiz Fernando de Carvalho Dias na “História dos Lanifícios”, acerca das muralhas informou: “Tem muros (...) e tudo de pedra de cantaria lavrada neles se acham cinco portas grandes, com seus torreões; duas para nascente, chamadas da Vila e do Sol; a terceira para Sul, denominada de São Vicente.

A quarta para Norte, com o nome de Altravelho; a quinta para o poente, chamada de castelo, junto à qual em sítio mais superior, está uma eminente torre, chamada de a menagem, com cinco quinas (...) Nos mesmos muros existem ainda quatro postigos: o da Pouza, o do Rosário, o da Barbacã e o Terreiro de Dona Teresa (...)".

A pedra do castelo serviu mais tarde para erguer grandes edifícios na cidade, como a Real Fábrica de Panos da Covilhã, fundada em 1764. A esse respeito veja-se uma consulta da Junta do Comércio de 1767:

“Senhor. O administrador da fábrica da Covilhã, Paulino André Lombardi, tendo proposto a esta Junta que da diversidade e distância das casas determinadas inteiramente para o uso dos teares dos lanifícios, se seguia a incomodidade dos mestres, os quais não podiam ao mesmo tempo acudir ao ensino de uns e outros aprendizes foi deferido, que mandasse o suplicante formar um plano de toda a obra, que se julgasse necessária.

E ele o representou à Junta lembra-se juntamente, e faz a sua exposição na conta inclusa, de que na vila da Covilhã se acham caídos há muitos anos todos os muros da mesma vila, estando, por consequência, inútil toda a sua pedraria; e porque esta pertence a Vossa Majestade, como também pertence a obra da casa dos lanifícios, que se intenta, considera que não será impróprio representar a Vossa Majestade a aplicação da referida pedra dos muros para o levantamento do edifício, suposta a sua inutilização presente.