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  Confira mais um capítulo da História de Portugal

Por: Nelson de Paula.

"Castelo de Elvas" - 28/04/2019

De enquadramento urbano constitui-se em exemplar de arquitetura militar medieval e moderna. Até à Idade Moderna, a defesa era composta por três cortinas defensivas, conservando as duas mais antigas importantes estruturas do período muçulmano. A linha de defesa interna ergue-se a nordeste, na cota mais elevada do terreno, a 320 metros acima do nível do mar, tendo chegado até nós duas das suas antigas portas: a da Alcáçova e a do Miradeiro.

É constituída pelo castelo erguido no reinado de Dom Sancho II, remodelado no de Dom Dinis e reforçado nos de Dom João II e de Dom Manuel I. É ladeado por duas torres de planta quadrangular, a mais alta correspondendo à de menagem. Esta foi utilizada como residência pelos alcaides-mores de Elvas até aos começos da época filipina, e em seu interior conserva uma bela sala de abóbada nervurada.

O Portão de Armas é protegido por um balcão sustentado por mísulas, onde se exibe o brasão de armas de Dom João II. Em suas muralhas ameadas inscreve-se uma torre hexagonal irregular, rasgada por aberturas de troneiras e coberta por cúpula semiesférica. O alto desta torre é percorrido por um adarve protegido por parapeito com largos merlões. Na praça de armas os diversos fragmentos arquitetônicos denunciam as diferentes épocas construtivas e estilísticas.

A linha intermediária de defesa foi comprometida pela expansão urbana. Os seus muros eram rasgados por quatro portas: a da Ferrada, a Porta Nova ou da Encarnação, a de Santiago e a do Bispo. Na linha de defesa externa, mais recente, concluída no reinado de Dom Fernando, reforçada por vinte e dois torreões e por uma barbacã, abriam-se originalmente onze portas - reduzidas a três pelas reformas do século XVII (respectivamente a de Évora, a de Olivença e a de São Vicente). Esta defesa também foi parcialmente absorvida pela expansão urbana.

Os vestígios das três cercas, em nossos dias, estão assim dispostos: A 1.ª Cerca - delimitada pela rua Martim Mendes, o largo das Portas do Sol, a ladeira e beco das Freiras, o largo de Santa Clara e a calçadinha do Castelo. São elementos visíveis da via pública o troço de muralha que parte do ângulo leste do castelo, torreão, arco do Miradeiro, dois torreões reabilitados e as chamadas Portas do Templo.

A 2.ª Cerca - delimitada pelas ruas do Cano, de Braz Coelho, da Cadeia e de João Pereira de Abreu. São elementos visíveis da via pública o torreão do campanário da Igreja de São Pedro, dois torreões, o torreão da Porta da Encarnação, a Porta da Praça, a Torre da Cadeia e o Arco do Bispo.

Por último a Cerca Fernandina - largamente coincidente com a fortificação abaluartada. São elementos identificáveis o torreão do Baluarte da Porta Velha, a Porta Velha com duas troneiras cruciformes no flanco protegido pelo orelhão do referido baluarte, o troço de muralha que engloba a cortina entre os baluartes do Casarão e da Porta Velha, e o torreão ameado no interior do Baluarte de São João de Deus.