Logo Lusanet
  Confira mais um capítulo da História de Portugal

Por: Nelson de Paula.

"Castelo de Matosinhos" - 12/04/2020

O Castelo de Matosinhos, é também denominado como Forte Nossa Senhora das Neves ou ainda Forte de Leça da Palmeira. A sua construção iniciou-se sob a Dinastia Filipina, em 1638 ou 1639, por determinação de Dom João Rodrigues Sá e Menezes, 1º Conde de Penaguião, no local de Santa Catarina, visando a defesa daquele porto contra as ameaças de piratas e corsários.

Após a Restauração da Independência portuguesa, considerando a sua grande importância estratégica para a defesa da barra, os oficiais da Câmara Municipal do Porto, em 1642, pediram ao Rei que se terminassem as obras com a maior brevidade.

Um Relatório de 1701 dá conta que a fortificação ainda se encontrava incompleta, embora artilhada com quatro peças e guarnecida por oito soldados sob o comando de um tenente. Acredita-se que o forte tenha sido concluído em 1720.

Durante as Guerras Liberais, em 1832, o forte foi objeto de algumas benfeitorias, nomeadamente nos armazéns, ponte levadiça, escada do fosso e parapeitos, mantendo, ainda, algumas canhoneiras ao nível da magistral.

No século XX, as suas instalações foram entregues à Capitania do Porto de Leixões que nelas se instalou, fazendo erguer em seu terrapleno alguns edifícios para alojamento de pessoal, que descaracterizaram o conjunto. Encontra-se classificado como Imóvel de Interesse Público por Decreto publicado em 5 de dezembro de 1961.

“Este lugar de Leça de Matosinhos tem na boca da barra uma fortificação moderna, ou para melhor dizer, uma atalaya quadrada com uma plataforma para o rio, e mar, e nela duas peças de artilharia; não está acabada, dentro em si tem armazéns e quartéis, tem outra fortaleza para o Norte tipo de mosquete pelo mesmo modo, joga quatro peças, e nela assistem oito soldados com um tenente.

Daqui podemos concluir que em Leça existiram duas fortalezas. Ficando perto uma da outra, pensa-se que a primeira seria menor (“tinha duas peças de artilharia”) e a segunda maior (“com quatro peças”), além de ser também mais antiga. As suas finalidades eram de defesa da costa tal como as anteriores.

Desse forte mais antigo pouco se sabe e dele, hoje, nada resta. No entanto através do documento da fundação do Castelo do Queijo, se deduz da sua existência. Há ainda uma carta régia de 16 de agosto de 1642, enviada ao Senado, em que o rei mandava concluir o Castelo com a maior brevidade. Com as expropriações levadas a cabo para a abertura da Doca n.º l, desapareceram o que se pensava terem sido os restos da sua muralha. Chamava-se Castelo da barra do Rio Leça.