Logo Lusanet
  Confira mais um capítulo da História de Portugal

Por: Nelson de Paula.

"Castelo de Coimbra" - 07/06/2020

Em 1775, levantadas dúvidas sobre se aquele seria o local ideal para o Observatório, mas certamente também por constrangimentos econômicos, interrompiam-se as obras, definitivamente abandonadas dois anos depois.

Na construção da nova Cidade Universitária, iniciada na década de 40, os poucos vestígios que ainda existiam do velho castelo foram definitivamente apagados. Todavia, prospecções arqueológicas desenvolvidas em 2010, confirmaram a localização exata do castelo.

A Muralha edificada no período tardo-romano, de que a lápide dedicada a Constâncio Cloro pelos aeminienses parece ser reflexo, a muralha de Coimbra terá sofrido, no decorrer dos séculos seguintes sob o domínio visigótico, islâmico ou já cristão, sucessivas obras de conservação, a par de alterações pontuais sobretudo verificadas ao nível das portas e torres.

Correndo ao longo de 1800 metros e circunscrevendo quase 22 hectares, a muralha contava com cinco portas (da Almedina, de Belcouce, da Traição, do Sol e, finalmente, a Porta Nova) e um considerável número de torres, com especial destaque para a Torre de Almedina. Nesta última encontra-se hoje instalado o Núcleo da Cidade Muralhada de Coimbra. Sugerimos a sua visita para melhor compreensão de todo o complexo sistema defensivo de Coimbra.

O sistema defensivo da cidade compunha-se de um castelo e de uma cerca ou muralha. Esta, com um perímetro aproximadamente circular, abraçava a colina onde a cidade se instalará, área que, sob domínio muçulmano, era chamada de Almedina. Por isso, ainda hoje, se utilizam os topônimos de Arco, Porta e Torre da Almedina, correspondendo à principal entrada no velho núcleo histórico. Com uma extensão de quase 2km, apresentava um considerável número de torres, quer flanqueando portas, quer reforçando taticamente os longos muros.

O Castelo tinha planta irregular e duas torres principais: a de menagem, quadrada, isolada ao centro do pátio de armas fora erguida no reinado de Dom Afonso Henriques; a Torre Quinária, pentagonal, mandada erguer por Dom Sancho I ocupava posição de destaque no topo nascente do castelo, defendendo a colina, junto ao velho aqueduto romano.

O Castelo foi classificado Monumento Nacional, pelo Decreto Nº 136 de 23 junho 1910, (Cerca de Coimbra designadamente o Arco de Almedina), Decreto Nº 121 de 16 junho 1921 (Arco Pequeno de Almedina), Decreto Nº 287 de 10 dezembro 1935 (Torre de Anto), Portaria Nº 153 de 02 julho 1960 (Cerca de Coimbra designadamente o Arco de Almedina), Portaria Nº 269 de 17 novembro 1961 (Torre de Anto).