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  Confira mais um capítulo da História de Portugal

Por: Nelson de Paula.

"Castelo de Évora Monte" - 04/10/2020

O “Castelo de Évora Monte”, localiza-se na freguesia de Évora Monte, concelho de Estremoz, distrito de Évora, em Portugal. Exemplar arquitetônico único no país, ergue-se na vertente oeste da serra de Ossa, na zona norte da vila. Integrante da chamada “segunda linha” de defesa da fronteira, do alto de seus muros descortina-se um amplo panorama do Alentejo, até ao Castelo de Estremoz.

Acredita-se que por volta de 1800 a.C. terá tido lugar a hipotética construção de uma estrutura defensiva que ocupava uma área entre 8 a 10 hectares, correspondente ao povoado de “Ebura”. A fortificação terá sido alterada em 84 a.C. segundo técnicas castrenses. Ao tempo da conquista muçulmana da península Ibérica, a suposta fortificação terá sido conquistada em 716.

À época da Reconquista cristã da região a povoação foi tomada aos muçulmanos por forças cristãs sob o comando de Geraldo Geraldes por volta de 1160. Visando incrementar o seu povoamento, Afonso III de Portugal (1248-1279) outorgou-lhe a primeira carta de foral (em 1248), delimitando o termo de Évora Monte. Posteriormente, a 24 de maio de 1271, o soberano confirmou-lhe o foral, segundo o modelo dos forais de Santarém, ampliando-lhe os privilégios e elevando Évora Monte a concelho.

Dinis I de Portugal (1279-1325) ordenou o início da construção de um castelo com torre de menagem e cerca (17 de janeiro de 1306) com dupla função: defensiva e de incremento populacional. No contexto da Terceira Guerra Fernandina (1381-1382), em 1381 registrou-se uma tentativa de assédio por parte de mercenários ingleses a serviço de Fernando I de Portugal (1367-1383).

No desfecho da Crise de Sucessão de 1383-1385, João I de Portugal (1385-1433) doou o senhorio da vila e o seu castelo ao Condestável do Reino, Nuno Álvares Pereira (em 20 de agosto de 1385), como recompensa pelo seu apoio estratégico na batalha de Aljubarrota (em 14 de agosto de 1385). Com a criação do ducado de Bragança (em 4 de abril de 1422) Nuno Álvares Pereira faz a doação do senhorio ao seu neto, Dom Fernando, 3.º conde de Arraiolos.

Estes domínios passaram para o ducado de Bragança em 1461, em função da ascensão de Dom Fernando a duque de Bragança por morte de seu irmão, Dom Afonso, herdeiro direto do ducado. Pouco depois, diante da decapitação de Dom Fernando II, duque de Barcelos, em Évora, acusado de traição (em 1483), a vila e o seu castelo transitaram para o patrimônio da Coroa.

Com a subida ao trono de Manuel I de Portugal (1495-1521) os bens da Casa de Bragança foram restituídos, entre os quais o senhorio de Évora Monte. Data deste período o surgimento da simbologia dos nós em Évora Monte, marcando um importante momento da casa ducal de Bragança.

Era época em que Dom Manuel I nomeou Dom Jaime I como herdeiro presuntivo do trono, tendo este passado a ostentar no seu brasão de armas a legenda “Depois de vós, nós” e adaptando o nó como parte da ornamentação heráldica da casa de Bragança.