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  Confira mais um capítulo da História de Portugal

Por: Nelson de Paula.

"Castelo de Penedono" - 17/01/2021

Os domínios de Penedono e seu castelo são referidos, no século XVII, associados aos Lacerda, que então usavam honorificamente o título de seus alcaides-mores. O castelo foi visitado por Alexandre Herculano em 1812, que o descreveu, à época, como já em ruínas. Encontra-se classificado como Monumento Nacional por Decreto de 16 de junho de 1910, publicado no Diário do Governo n.º 136, de 23 de junho. A ZEP e a Zona "non aedificandi" encontram-se definidas por Portaria de 25 de agosto de 1955, publicada no Diário do Governo, II Série, n.º 239, de 14 de outubro.

Entre 1940-1941 o monumento foi alvo de intervenções a cargo da Direção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN), integradas no Plano de Restauro dos Monumentos Nacionais empreendido pelo Estado Novo no âmbito da comemoração dos centenários da Fundação e Restauração da nacionalidade (1140, 1640). Alguns panos de muralha e torres que se encontravam danificados foram parcialmente reconstruídos, aproveitando-se a ocasião para lajear pavimentos e beneficiar os acessos. Novos trabalhos tiveram lugar em 1949 e em 1953, permitindo que o conjunto chegasse até aos nossos dias relativamente bem conservado, mas ainda carecendo de obras em seu interior.

Exemplar de arquitetura militar, em estilo gótico, na cota de 930 metros acima do nível do mar. Nada sabemos acerca de sua primitiva configuração. A estrutura que chegou até aos nossos dias resulta de uma reconstrução quase integral executada nos finais do século XIV, com complementos datando da passagem do século XV para o XVI, que lhe conferiu a função de solar.

De pequenas dimensões, apresenta planta hexagonal irregular, em aparelho de pedra de granito e xisto, com os panos de muralhas encimados por ameias piramidais. O seu perímetro externo totaliza cerca de 70 metros. No setor noroeste, a muralha é reforçada por um cubelo. Dois outros robustos torreões prismáticos, com contrafortes e mísulas, são coroados por ameias piramidais.

No setor sudoeste destacam-se dois torreões esguios, coroados de ameias piramidais reentrantes, ladeando e protegendo a porta principal do castelo, encimada por um arco pleno que une ambos os torreões defensivos. Por esta acede-se à praça de armas. Nas suas paredes, observam-se os vestígios das bases do travejamento de madeira dos pisos residenciais, sendo as paredes rasgadas por janelas quadradas ladeadas por bancos de pedra, o que permite supor que se tenha dividido internamente em três pisos. Ainda são identificáveis as escadas de acesso ao adarve, adossadas à muralha.

Num dos ângulos da praça de armas, sob a torre de menagem, inscreve-se a cisterna, de seção poligonal, recoberta por abóbada em cruzaria de ogivas. No exterior o conjunto é completado por uma barbacã de pouca altura, cuja cortina é rasgada por uma porta em arco ogival e encimada por um adarve. Fronteiro ao castelo ergue-se um elegante pelourinho de gaiola.