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  Confira mais um capítulo da História de Portugal

Por: Nelson de Paula.

"Castelo de Aljezur" - 07/03/2021

O Castelo de Aljezur, originalmente grafado como Algezur ou Algesur, é um monumento militar na vila de Aljezur, no Distrito de Faro, em Portugal. De acordo com os vestígios encontrados, o sítio foi ocupado pelo menos desde as idades do Bronze e Ferro, tendo sido depois utilizado durante os períodos romano e islâmico e após a Reconquista. A sua principal função era controlar a Ribeira de Aljezur, pelo que terá sido abandonado na transição entre os Séculos XV e XVI, devido ao assoreamento daquele eixo fluvial.

Segundo a tradição, é um dos castelos do Algarve representados na Bandeira de Portugal. O Castelo de Aljezur foi classificado como Imóvel de Interesse Público em 1977. O Castelo situa-se no cume de uma colina isolada com cerca de 88 m de altitude, dominando a parte mais antiga de Aljezur, que se situa a Este. No entanto, este não é o ponto mais elevado em Aljezur, existindo a Sul um outro cerro, com 93 m de altura. O castelo foi construído num local que permitia um bom controle visual sobre a Ribeira de Aljezur e a sua planície, e parte da faixa costeira.

A Ribeira de Aljezur passa pelo vale de Dom Sancho e depois desagua no oceano, junto à Praia da Amoreira, tendo sido um importante eixo de comunicações entre o litoral do Alentejo e o Barlavento Algarvio. Apresentou boas condições de navegabilidade até o Século XVI, tendo sido encontrados vestígios de um porto fluvial na ribeira, na vila de Aljezur.

O castelo está situado num ponto extremo do Algarve, embora ainda tenha apresentado uma grande importância do ponto de vista regional. O acesso ao edifício é feito através das ruas do Cerro do Castelo e Dom Pires Paio Correia. A fortaleza possui uma planta poligonal de formato irregular, aproximadamente octogonal, que foi escolhida de forma a melhor se adaptar à topografia do local onde se encontra. As muralhas, de forma retilínea, têm cerca de 1,5 m de espessura e 3 a 5 m de altura, e são pontoadas por duas torres maciças, situadas em pontos extremos opostos do castelo, a Norte e Sul.

Originalmente, tanto as muralhas como as torres poderiam ter possuído ameias, sendo o acesso ao topo das torres feito através de escadas em madeira. Também foram encontrados vestígios de uma Barbacã na vertente Noroeste, que teria menos de um metro de altura, e de afloramentos de muralha no lado Oeste. A torre Norte, com cerca de 5 m de diâmetro e 9 m de altura a partir do exterior, tinha uma planta circular, e servia para guardar a única entrada no castelo, no lado Nordeste.

A outra torre apresentava uma forma quadrangular, com 4,98 por 4,40 m, e uma altura e uma cota de implantação semelhantes à da torre circular. No lado Noroeste do castelo está a única abertura nas muralhas, funcionando como entrada. Nesta zona foi instalada uma placa de pedra relativa às Comemorações dos Centenários, e da intervenção que foi feita no castelo nessa altura.

A praça de armas inclui uma cisterna (algibe) no canto Noroeste, de formato aproximadamente cúbico com uma abóbada, e com acesso por uma porta em arco, estando o seu interior totalmente atulhado. Também existiam vários compartimentos de planta trapezoidal e retangular encostados às muralhas, que poderiam ter tido uma função do ponto de vista militar, como quartéis.

Também foram encontrados dois silos, escavados na rocha, que indicam que o castelo seria igualmente utilizado como armazém, talvez a nível coletivo. O interior ainda conserva alguma da sua natureza rochosa, tendo em algumas partes uma cota superior à das muralhas.