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  Confira mais um capítulo da História de Portugal

Por: Nelson de Paula.

"Castelo de Monsanto" - 25/04/2021

Sob o reinado de Dom Manuel I (1495-1521), o castelo e as defesas da vila encontram-se figurados por Duarte de Armas (Livro das Fortalezas, c. 1509), com os muros reforçados por cinco torres, a mais alta, ao centro, a de menagem. Dessa estrutura, poucos elementos chegaram até nós.

Embora não haja informações abundantes sobre a evolução arquitetônica do monumento, a sua estrutura foi modernizada no contexto da Guerra da Restauração da independência portuguesa, ao final do século XVII, pela adição de duas cortinas defensivas. É desse período, ainda, a remodelação da Capela de Nossa Senhora do Castelo.

No início do século XVIII, no contexto da Guerra da Sucessão Espanhola, tendo Dom Pedro II (1667-1706) apoiado o arquiduque Carlos, que, como Carlos III, reivindicava a Coroa espanhola a Filipe V de Espanha, na Primavera de 1704 um exército franco-espanhol de 10.000 homens, sob o comando do General Dom Francisco Ronquillo, invadiu Portugal subjugando, em sequência, Salvaterra do Extremo, Idanha-a-Nova, Idanha-a-Velha e Monsanto.

Ainda nesse ano, no final da estação, a resposta portuguesa sob o comando do marquês das Minas, retomou todas as posições. Monsanto, de cujo castelo era comendador Monsieur de Lavernier, foi retomado a 14 de Junho de 1704. No início do século XIX, à época da Guerra Peninsular, uma nova campanha de remodelação de obras defensivas teve lugar em Monsanto.

Desse período, uma relação dos trabalhos efetuados elaborada pelo major Eusébio Cândido Furtado (1813), indica a demolição de cinco torres e a ereção de três novas baterias para reforço da defesa do portão de entrada, de um baluarte paralelo à muralha e do aproveitamento da igreja do castelo como paiol.

Anos mais tarde, a explosão da pólvora ali armazenada, causou severos danos ao castelo, agravados pelo desabamento de um penedo granítico, que levou consigo parte da muralha. Com a extinção do Concelho de Monsanto (1853), o castelo perdeu importância, vindo a ser desguarnecido. O castelo e as muralhas de Monsanto encontram-se classificados como Monumento Nacional por Decreto publicado em 29 de Setembro de 1948.

Este monumento obedecia originalmente às mesmas linhas arquitetônicas características dos templários, os castelos de Almourol, Idanha, Pombal, Tomar e Zêzere, seus contemporâneos. Erguido na cota de 758 metros acima do nível do mar, apresentava planta poligonal orgânica (adaptada ao terreno), com muralhas reforçadas por diversas torres quadrangulares, percorridas na sua extensão por adarves protegidos por parapeitos ameados.

Os muros delimitavam dois recintos em diferentes planos:

- o interno, de planta retangular, correspondente à alcáçova; e

- o externo, de planta ovalada, demarcado pela cerca da vila.

Da estrutura figurada por Duarte de Armas, pouco restou: descentrada na praça de armas, ergue-se a torre de menagem, denominada localmente como Torre da Atalaia ou Torre do Pião. Nesse recinto existe ainda a cisterna, as escadas de acesso ao adarve e a Capela de Santa Maria do Castelo (de Monsanto) construída no final do século XVII e reconstruida no século XX.