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  Confira mais um capítulo da História de Portugal

Por: Nelson de Paula.

"Castelo de Silves" - 02/01/2022

Da tentativa de invasão de ingleses e alemães em, chegou até nós a narrativa de um de seus participantes, que descreve a violência do cerco, assim como o emprego de uma variedade de máquinas de guerra, tais como torres de madeira, catapultas e de um "ouriço" (esfera de madeira armada com pontas de ferro), que destruíram várias torres e troços da muralha, conduzindo à rendição da povoação a 2 de Setembro, violentamente saqueada na ocasião.

A povoação e seu castelo mantiveram-se na posse de Portugal até à contra ofensiva almóada que, sob o comando do califa Iacube Almançor, em 1191, culminou com a perda de todas as conquistas cristãs nos territórios ao sul do rio Tejo, à excepção da cidade de Évora.

No ano de 1242, os cavaleiros da Ordem de Santiago, sob o comando de seu Mestre, Dom Paio Peres Correia, intentou a reconquista de Silves que, entretanto, só retornou definitivamente às mãos de Portugal sob o reinado de Dom Afonso III , em 1253, quando o seu bispado foi restaurado. O soberano concedeu à povoação o seu Foral (1266), quando terá também determinado a recuperação e reforço das suas defesas.

Posteriormente, Dom Fernando e Dom João I promoveram reparos nessas defesas. Acredita-se que trabalhos de ampliação e reforço tenham ocorrido sob o reinado de Dom Manuel I (1495-1521), que concedeu Foral Novo à Vila (1504), uma vez que datam desse período as obras da Igreja da Sé e da Misericórdia. Quando do terremoto de 1755, a sua estrutura foi severamente danificada.

O castelo encontra-se classificado como Monumento Nacional por Decreto publicado em 23 de Junho de 1910. Nas décadas de 1930 e de 1940, foram promovidas intervenções de consolidação e restauro, a cargo da Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN), desobstruindo-se troços de muralhas e refazendo-se algumas torres, ameaçadas de ruína.

Desde 1984 que decorrem escavações arqueológicas no interior do castelo, coordenadas por Rosa Varela Gomes, docente e investigadora na área da Arqueologia Medieval Islâmica. Actualmente, este castelo constitui um dos maiores e mais bem conservados monumentos do país.