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  Confira mais um capítulo da História de Portugal

Por: Nelson de Paula.

"Castelo de Leiria" - 06/02/2022

Após a conquista pelos muçulmanos, os defensores do Castelo na ocasião, sofreram pesadas baixas, vindo seu alcaide, Dom Paio Guterres a cair prisioneiro. De volta às mãos de Dom Afonso Henriques em 1142, o monarca outorgou Carta de Foral à povoação, determinando a reconstrução e reforço da estrutura do castelo, no qual fez erguer uma Capela sob invocação de Nossa Senhora da Pena entre 1144 e 1147.

Depois de 2 vezes perdido e 2 vezes reconquistado, o castelo de Leiria pertenceria de forma permanente ao Condado Portucalense, ajudando na conquista de Santarém e Lisboa e, logo, na construção do país. O seu sucessor, Dom Sancho I, concedeu novo foral à vila em 1195, determinando erguer-lhe uma cerca amuralhada.

O desenvolvimento da vila era tão expressivo à época, que a fez sede das Cortes de 1254, convocadas por Dom Afonso III. Outros monarcas dedicaram atenção a Leiria, destacando-se Dom Dinis, que ali residiu por diversas ocasiões, vindo a doar, em julho de 1300, à Rainha Santa Isabel, a vila e o seu castelo, escolhidos para a criação de seu herdeiro, o príncipe Dom Afonso (nesta altura os Paços localizavam-se no antigo seminário).

É a Dom Dinis que se atribui a adaptação do castelo à função de palácio, a reconstrução da capela de Nossa Senhora da Pena e o início da construção da poderosa Torre de Menagem em 8 de maio de 1324, poucos meses antes do seu falecimento. Esta torre foi concluída no reinado de seu sucessor, conforme inscrição epigráfica no seu exterior.

A vila desenvolveu-se de tal forma que foi lá que se deu as Cortes de 1254, convocadas por Dom Afonso III, as primeiras cortes onde foram chamados representantes da nobreza, clero e povo. Desde então o local foi muitas vezes escolhido para a realização de Cortes, a base sobre a qual se construiria o que hoje é o Parlamento.

Sob o reinado de Dom Fernando, quando aqui se reuniram as Cortes de 1372, a vila encontrava-se em expansão até às margens do rio Lis. Sob Dom João I, que aqui celebrou, em 1401, o casamento de seu filho Dom Afonso (futuro Conde de Barcelos e Duque de Bragança), iniciaram-se os trabalhos de edificação dos chamados Paços da Rainha ou Paços Novos, nos quais se destacam os vãos góticos e o espaço de suas salas e câmaras.

Dom Manuel I concedeu Foral Novo a Leiria em 1510, alçada, em 1545, à condição de cidade por Dom João III. Ao raiar a Restauração da Independência em 1640, o Castelo de Leiria foi uma das primeiras fortificações a erguer o pendão de Portugal. Sem valor militar, entretanto, mergulharia progressivamente no abandono, vindo a se arruinar.

No contexto da Guerra Peninsular, no início do século XIX, as tropas francesas provocaram extensos danos à cidade e aos seus monumentos, nomeadamente a Sé e o castelo. O castelo, em ruínas, perdeu o seu valor militar e fora dotado ao abandono.