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  Confira mais um capítulo da História de Portugal

Por: Nelson de Paula.

"Castelo de Monção" - 21/05/2023

Das cinco portas, conservam-se a de Salvaterra, a noroeste, a das Caldas, a nordeste e a do Rosal, a sudoeste. A de Salvaterra, inicialmente com ponte levadiça, abre-se na face lateral do baluarte de Salvaterra, tendo arco de volta perfeita sobre pilastras, enquadrado por duplas pilastras toscanas, suportando frontão semicircular, contendo brasão nacional no tímpano, virada ao terrapleno, a porta possui superiormente parapeito de circulação.

A porta das Caldas é, na verdade, duas portas, bastante discretas, rasgadas nos topos da cortina entre o baluarte de São Filipe e o de São Bento, apresentando arcos de volta perfeita sobre os pés-direitos, com trânsitos de paredes em alvenaria de pedra e cobertos por abóbada de berço. A porta do Rosal, virada a Valença, abre-se na cortina entre o baluarte da Guia e o da Terra Nova ou São João, tendo arco de volta perfeita assente nos pés-direitos e sendo encimada por guarita.

Possui trânsito rasgado por frestas de tiro, com molduras de capialço, pavimentado a lajes de cantaria com passeios laterais e coberto por abóbada de berço. No terço virado ao terrapleno apresenta portais em arco de volta perfeita sobre impostas salientes dos pilares avançados. Lateralmente, abrem-se amplos arcos abatidos transformados em portais de verga reta, de acesso às casamatas.

Na face interna, com paramento reforçado por quatro contrafortes, tem a poterna de arco em volta perfeita sobre impostas salientes, ladeado por dois portais de verga reta de acesso às casernas. Para lá dos últimos contrafortes, abrem-se, de cada lado, portal abatido, com trânsito, precedido por escadas, para acesso à linha defensiva inferior. Sensivelmente na gola do baluarte de Nossa Senhora da Guia, ergue-se o Paiol do Rosal com célula de armazenamento de planta retangular.

Tem fachadas em alvenaria de granito, com cunhais aparelhados e terminadas em cornija, interiormente abobadada e com cobertura em telhado de lajes de granito, em duas águas. A sul é rasgado por portal central, de verga reta assente nos pés direitos, formando moldura relevada e tendo grade de ferro. A célula é envolvida por anteparo de proteção, alto, rasgado por portal central em arco de volta perfeita, sobre impostas molduradas salientes, com porta de madeira. O castelo tem enquadramento urbano, adossado, no extremo noroeste de Portugal, na orla ribeirinha do rio Minho, fronteira a Espanha.

A fortificação envolve o núcleo medieval e de expansão quinhentista da vila, adaptada ao declive do terreno, possuindo em alguns troços construções adossadas. Virados aos terraplenos, os baluartes possuem reparos de torrão, cobertos por vegetação. Ao longo do circuito norte, transformado em miradouro virado a Espanha, existe caminho lajeado, por vezes com escadas para vencer o declive, sendo os baluartes da Boavista e o de São Luís ajardinados, e tendo este último, monumento comemorativo a José Rodrigues Vale "João Verde", poeta regionalista, no meio de placa arrelvada. O paiol é enquadrado por praça pavimentada a calhau rolado, com lajes de cantaria, formando esquadria. No território da Galiza, do outro lado do rio, sensivelmente a oeste, ergue-se o Forte de Salvaterra.