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  Confira mais um capítulo da História de Portugal

Por: Nelson de Paula.

"Castelo de Monsaraz" - 20/08/2023

No contexto da crise de 1383-1385, a povoação de Monsaraz e seu castelo foram atacadas por arqueiros ingleses sob o comando do conde de Cambridge, supostamente aliados de Portugal, vindo a cair, no começo do Verão de 1385, sob o domínio do rei de Castela, quando este invadiu o Alentejo. Abandonados pelas tropas castelhanas em marcha, foram recuperados pelas forças leais a Dom João I (1385-1433), sob o comando do Condestável Dom Nuno Álvares Pereira, antes da batalha de Aljubarrota.

Em 1412, por doação do Condestável a seu neto Dom Fernando, Monsaraz passou a integrar os domínios da Casa de Bragança. Sob o reinado de Dom Manuel I que reinou de 1495 a 1521, a povoação e seu castelo encontram-se figurados por Duarte de Armas, conforme consta no Livro das Fortalezas. Em 1512, o soberano outorgou o Foral Novo à vila.

No contexto da Guerra da Restauração da independência portuguesa, devido à proximidade com o rio Guadiana e a fronteira da Espanha, o Conselho de Guerra de Dom João IV determinou a modernização das suas defesas, envolvendo a vila com muralhas adaptadas aos tiros da artilharia da época, recebendo traços abaluartados ao estilo Vauban, com projeto de Nicolau de Langres e Jean Gillot: o Forte de São Bento de Monsaraz.

No século XIX, perdida a importância econômica e estratégica, a sede do Concelho passou para a vila de Reguengos de Monsaraz, na planície em 1840. A partir de então, a fortificação ficou votada ao abandono, o que causou a ruína de diversos de seus elementos.

As fortificações e todo o conjunto intramuros da vila de Monsaraz encontram-se classificados como Monumento Nacional por Decreto publicado em 2 de janeiro de 1946. Uma chave do castelo, oferecida pela Junta de Freguesia de Monsaraz a Mário Soares quando de visita durante a Presidência Aberta em Beja, entre 26 de outubro e 7 de novembro de 1987, encontra-se no acervo da Fundação Mário Soares.

Após a guerra civil portuguesa, no ano de 1851, a vila passou a fazer parte do conselho de Reguengos de Monsaraz. Hoje o castelo e a vila são um importante ponto turístico português.