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  Confira mais um capítulo da História de Portugal

Por: Nelson de Paula.

"Castelo de Alfaiates" - 19/11/2023

Visando revitalizar esta povoação, D. Manuel I (1495-1521) outorgou-lhe diversos privilégios, entre os quais o direito de couto e homizio. Ao mesmo tempo, reformulou-lhe as defesas, determinando a construção de uma fortaleza (1510).

O novo projeto, característico do século XVI, em vez de levar em conta o antigo castelo medieval, edificado em posição dominante no centro da vila, privilegiou um local aplainado, nos limites da mesma, prevendo uma fortificação mais moderna, adaptada ao fogo da artilharia da época. As suas obras decorreram com lentidão, uma vez que, em 1525, Diogo de Arruda ainda lhe vistoriava os trabalhos.

A última fase arquitetônica do monumento data do início do século XVI, quando as suas defesas seriam reforçadas por uma nova cintura de muralhas, integrando baluartes e cortinas verticais. Este amplo projeto jamais foi concluído devido à Crise de sucessão de 1580, sucedida pela Dinastia Filipina, quando a Península conheceu um governo unificado.

À época da Guerra da Restauração da independência de Portugal, teve como alcaide o cavaleiro e poeta Brás Garcia de Mascarenhas. Mais tarde, durante a Guerra Peninsular, Alfaiates voltaria a ter importância estratégica, juntamente com outros castelos da região, aquartelando as tropas inglesas e portuguesas que deram combate às tropas napoleónicas em retirada, sob o comando do general Massena (em abril de 1811).

Posteriormente desguarnecido e abandonado, com a extinção do Concelho (1836), e possivelmente em virtude do decreto que proibiu os enterramentos dentro do recinto das igrejas em Portugal (1846), a praça de armas do castelo passou a ser utilizada como cemitério pela população da vila até cerca de 1967. No século XX, as muralhas da vila foram demolidas e grande parte de suas pedras aproveitadas para a construção das casas e do hospital (1912). O castelo apresenta planta quadrangular com uma torre quadrangular no vértice fronteiro à vila.

A cerca interior apresenta as muralhas parcialmente arruinadas. Uma segunda cintura de muralhas integrava torreões em três ângulos. O portão principal, apresenta-se saliente das muralhas, encimado por uma composição escultórica em estilo manuelino, composta por uma coroa régia ao centro, ladeada por duas esferas armilares e duas cruzes da Ordem de Cristo.