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  Confira mais um capítulo da História de Portugal

Por: Nelson de Paula.

"Castelo de Penha Garcia" - 31/12/2023

Castelo de Planta retangular, de pequenas dimensões, adaptada à morfologia acidentada do terreno. Apresenta paramentos aprumados, em alvenaria de pedra, de diferentes alturas, em alguns troços sem remate e noutros rematados em parapeito ameado ou simples. Possui duas portas de acesso. Uma, na frente poente, num pano de muralha ligeiramente oblíquo, sem remate, com arco de volta perfeita. Na frente nascente abre-se, quase no ângulo, um outro portal, mais estreito, também em arco de volta perfeita.

No seu interior, a partir da porta poente acede-se ao antigo pátio, de dimensões exíguas, existindo no ângulo vestígios do maciço da antiga torre de menagem, e o adarve ao longo da muralha virada a sul e à povoação. Em frente do portal existe corpo retangular, pertencente à antiga cisterna, de cobertura plana com orifício circular para recolha das águas.

Adossado à muralha virada a nascente, desenvolvem-se as estruturas definidoras das duas antigas dependências, comunicando entre si por vão retilíneo, correspondendo, no topo norte, aos "aposentos", tendo atualmente acesso direto do exterior, pelo portal virado a nascente.

O topo das escadas a poente, já junto ao castelo, são protegidas por guarda, em alvenaria de pedra, que deverão seguir, sensivelmente, o perfil de uma das antigas barbacãs que precediam a porta.

Uma lenda local narra que Dom Garcia, alcaide do Castelo de Penha Garcia, numa noite de tempestade, raptou Dona Branca, jovem de rara beleza, filha do poderoso governador de Monsanto. Após meses de perseguição implacável, Dom Garcia acabou por ser capturado nas encostas da serrania pelos homens do governador.

Embora as práticas do gênero, à época, fossem punidas com a pena capital, diante dos insistentes apelos da filha, o governador poupou a vida a Dom Garcia, condenando-o, alternativamente, à perda do braço esquerdo, como penhor de justiça. De acordo com os habitantes locais, a figura lendária do decepado continua vigiando, do alto das torres, o morro sobranceiro de Monsanto.