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  Confira mais um capítulo da História de Portugal

Por: Nelson de Paula.

"CASTELO DE LAGOS" - 04/05/2025

A cidade e as suas defesas seriam duramente afetadas pelo maremoto que assolou o litoral algarvio em consequência do terremoto de 1755. A destruição resultante foi de tal ordem que os governos civil e militar se transferem para Tavira, menos afetada. No final do século, o centro da cidade foi transferido da antiga Praça de Armas (atual Praça Infante D. Henrique) para a Praça do Cano (atual Praça Gil Eanes) (1798).

O Sismo de 1755 devastou grande parte da cidade de Lagos, incluindo o Castelo, que nunca chegou a ser reconstruído. Relatos da época contam que as águas do oceano subiram à altura das muralhas, que ficaram totalmente destruídas nas partes em que embateu.

Na segunda metade do século XIX a cidade conheceu um surto de expansão, a partir da instalação de indústrias de conservas de pescado. Nessa fase, são alargadas a Porta de Portugal e a Porta dos Quartos bem como erguido um chafariz no Baluarte da Porta Nova (1863) e, posteriormente alargadas, a Porta do Postigo, a Porta do Cais e a Porta Nova (1888).

No Século XX, Lagos foi uma das principais cidades abrangidas pelo programa das Comemorações dos Centenários, tendo sofrido grandes obras de remodelação, incluindo o restauro das muralhas e a sua desobstrução através da demolição de edifícios anexos, e a construção de uma avenida que delineou os limites urbanos na orla costeira.

Em 7 de Agosto de 1960, foi inaugurada a Avenida dos Descobrimentos, no âmbito de uma grande festa na cidade de Lagos, com a presença do almirante Américo Tomás e do presidente brasileiro, Juscelino Kubitschek, que visitaram o castelo de Lagos. A partir da segunda metade da década de 1950, o poder público, através da Direção-geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, tendo em vista as comemorações dos Centenários, procedeu uma ampla intervenção no património edificado de Lagos.

Foi demolindo edificações adossadas aos antigos muros e baluartes, reconstruindo o Paço dos Governadores, reedificando troços de muralhas e abrindo a Avenida das Descobertas, em aterro que aumentou a proteção entre a cidade e o mar.

Em 10 de Outubro de 1984, o Diário de Lisboa relatou que tinha sido assinado um acordo entre a autarquia de Lagos e o Ministério do Equipamento Social para um grande programa de reabilitação urbana do centro histórico da cidade, que incluía a construção de um anfiteatro num dos ângulos das muralhas.

Nessa altura, a Direção-geral dos Monumentos Nacionais estava fazendo obras de recuperação parcial das muralhas e de algumas das torres, e iniciou um programa de recuperação do Castelo dos Governadores, cuja zona estava muito degradada.