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  Confira mais um capítulo da História de Portugal

Por: Nelson de Paula.

"CASTELO DE VILAR MAIOR" - 01/06/2025

O Castelo de Vilar Maior localiza-se na povoação de Vilar Maior, freguesia de Aldeia da Ribeira, Vilar Maior e Badamalos, município do Sabugal, distrito da Guarda, em Portugal. Em posição dominante sobre o vale do rio Cesarão e a povoação, do alto de seu muro é possível ver o Castelo da Guarda. O Castelo de Vilar Maior está classificado como Imóvel de Interesse Público desde 1996.

A Idade do Bronze foi rica no que se refere à ocupação humana. São dessa época diversos povoados de altitude e inúmeros achados avulsos. Em Vilar Maior, no Sabugal, na Serra Gorda (Águas Belas), no Castelejo (Sortelha), no Cabeço das Fráguas (Pousafoles do Bispo), em Caria Talaya (Ruvina), em Vila do Touro e em muitos outros topos de cabeços da região ocidental do Alto Côa, habitaram diversas comunidades pastoris, agrícolas e mineiras.

A riqueza destas terras em mineração de estanho e cobre (matéria indispensável para a produção do bronze) consolidou a importância regional do Alto Côa. Há peças arqueológicas desse período que atestam a importância: como as estelas decoradas dos Fóios e do Baraçal, a espada de Vilar Maior, os machados da Quarta-Feira, Soito e Lageosa da Raia e, recentemente, as gravuras rupestres de arte esquemática de Vilar Maior.

Também as comunidades da Idade do Ferro ocuparam diversos relevos, deixando-nos vestígios dos seus povoados fortificados. Para além dos mais conhecidos castros da Serra das Vinhas (Penalobo), dos Castelos de Ozendo (Quadrazais), do Cabeço de São Cornélio (Sortelha) e da Serra da Opa (Casteleiro), destacam-se o Sabugal Velho (Aldeia Velha) e o próprio Sabugal.

Muito por causa da posição estratégica do território, desde cedo terão existido dois povoados centralizadores de toda a região superior do Vale do Côa. Aliás, as escavações revelaram uma grande riqueza material: artefatos metálicos e líticos, cerâmicas, contas de pasta vítrea e estruturas habitacionais.

De uma forma militarmente planificada, os romanos ocuparam – no final do séc. I a.C. – o vale superior do rio Côa, através da força dos seus exércitos, ocupando o território por meio de guarnições em pequenos assentamentos militares que, nesta região, poderiam ter existido na atual freguesia de Aldeia de Santo António ou em Alfaiates.

Nesta última povoação foi encontrada uma inscrição do Imperador Augusto que parece testemunhar um marco militar, dado que a sua cronologia é bastante recuada. Acredita-se que a primitiva ocupação humana de seu sítio possa remontar a um castro pré-romano, a uma fortificação romana ou mesmo muçulmana.

A posição estratégica de Vilar Maior no contexto de fronteira entre Portugal e Leão cedo determinou que ali se erguesse um castelo. Ele encontra-se documentado desde a segunda metade do século XI (imediatamente após a campanha das Beiras promovida por D. Fernando Magno).