Por: Nelson de Paula.
"CASTELO DE OUGUELA" - 24/08/2025
Durante o século XVIII registram-se a edificação de um baluarte, um meio-baluarte e de um revelim. Com a defesa assim reforçada, sob o comando do capitão de cavalaria Brás de Carvalho, a praça resistiu à nova invasão espanhola (1762). Uma planta e perfil de Ouguela, datada do período entre 1755 e 1803 mostra a defesa complementada por uma atalaia, fossos e estacaria.
Nesta última data, eram edificadas, sob o comando do marquês de la Reine, pelo Sargento-mor de Engenheiros Maximiano José da Serra, as lunetas do Cabeço da Forca e do Mártir. No início do século XX ainda se observavam as guaritas circulares de tijolos nos ângulos da 2ª linha defensiva. O conjunto foi classificado como Imóvel de Interesse Público por Decreto publicado em 18 de Agosto de 1943.
A intervenção do poder público, através da Direção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, fez-se sentir através de campanhas desenvolvidas em 1976, 1987, 1991 e 1994, envolvendo a consolidação, reparos e recuperação do castelo, dos baluartes e das áreas internas e de acesso.
Mais recentemente, houve o desenvolvimento de um projeto de salvaguarda e valorização do castelo de Ouguela, de autoria dos Arquitetos Miguel Pedroso de Lima e José Filipe Cardoso, integrando a recuperação, revitalização e valorização dos núcleos urbanos de Ouguela em Portugal e Albuquerque na Espanha.
Na cota de 259 metros acima do nível do mar, o castelo apresenta planta hexagonal irregular, com muralhas em pedra de granito e de xisto, misturando elementos da arquitetura militar medieval (muralhas e torreões) e moderna (baluartes, escarpas, parapeitos e revelins).
A entrada, a Norte, é constituída por duas torres emparelhadas com arco de volta perfeita, porta de arco quebrado, bueira e sistema para grade. É defendida por um meio-baluarte com quatro canhoneiras e uma barbeta, apresentando orelhão direito para proteção da porta da fortaleza. Esta, armoriada, é defendida por uma casamata com sete frestas.
O adarve do castelo medieval, com muretas de proteção em ambos os lados, está completo. As ameias das torres e muralhas foram substituídas por barbetas e por canhoneiras (na torre de menagem).
Envolvendo o perímetro abaluartado, abre-se um fosso com reparo de traçado tenalhado e caminho de ronda. Faziam parte integrante da fortaleza, várias fortificações avançadas, nomeadamente as lunetas do Cabeço da Forca, a Sudeste, e no Mártir, a Noroeste.