Por: Nelson de Paula.
"CASTELO DE ALTER DO CHÃO" - 07/09/2025
Sob o reinado de João I, este monarca confirmou os domínios da vila e seu castelo ao Condestável Nuno Álvares Pereira (1428). Este legou-o, por morte, à sua filha, que o transferiu, por casamento com o duque de Bragança, aos domínios desta Casa. Neste momento de sucessão, registrou-se uma campanha de obras no castelo (1432).
À época do reinado de João II, o então duque de Bragança, Fernando II, utilizou este castelo como prisão, argumento que viria a ser usado contra si quando das acusações por rebeldia e conspiração contra o soberano e que o condenaram à morte (1483). Manuel I outorgou o Foral Novo à vila (1 de junho de 1512), datando deste período a construção da porta adintelada da alcaidaria.
À época da Guerra da Restauração, foi erguida uma barbeta na muralha Nordeste, sobre a qual se reconstruíram as ameias. Neste período encontra-se documentada a existência de uma cerca urbana. A vila e seu castelo foram conquistados e ocupados por tropas espanholas sob o comando de João de Áustria (1662).
O castelo foi adquirido, em algum momento entre 1830 e 1840, por José Barreto Castelino Cota Falcão, que o vendeu, em 1892, a José Barahona Caldeira de Castel-Branco Cordovil. No século XX, foi classificado como Monumento Nacional por Decreto publicado em 23 de junho de 1910. Durante as comemorações do III Centenário da Restauração de Portugal, foi objeto de homenagem, conforme registrado em inscrição epigráfica (1940).
Pouco depois, mudaria novamente de proprietário, adquirido pela Casa Agrícola de Francisco Manuel Pina & Irmãs (1942), para ser finalmente adquirido pela Fundação da Casa de Bragança, que o conserva até os nossos dias.
Após intervenções de consolidação e restauro iniciadas na década de 1950, a cargo da Direção-geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN), com recursos da Fundação Casa de Bragança, o castelo encontra-se hoje em bom estado de conservação, emoldurado por uma estreita faixa ajardinada.