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  Confira mais um capítulo da História de Portugal

Por: Nelson de Paula.

"CASTELO DE VALENÇA" - 21/09/2025

O Castelo de Valença localiza-se na atual Freguesia de Valença, Cristelo Covo e Arão, no Município de Valença, Distrito de Viana do Castelo, em Portugal. No extremo Norte do país, em posição dominante sobre a margem esquerda do rio Minho, fronteira a Tui, controlava o principal ponto de travessia daquele rio, entre o Minho e a Galiza.

Valença tem origens muito remotas. A sua ocupação remonta a épocas muito recuadas: as gravuras rupestres que se podem observar em determinados lugares de certas freguesias são prova irrefutável de uma ocupação longínqua no tempo. As Inquirições de D. Afonso III também fazem alusão a edificações do tipo dolménico no Concelho de Valença.

Provenientes das mais variadas origens - indo-europeias, mediterrâneas e africanas - foram acudindo a esta região vários povos atraídos pela abundância da caça e da pesca, pela fertilidade do solo, pelas serras alcantiladas permitindo a defesa contra as deras e outras tribos; podemos citar, entre outros, os lígures, os gróvios e os celtas.

Dos gróvios fala-nos pela primeira vez o clássico Plínio na sua História Natural: “Dos Cilenos para baixo começa a Cancelaria de Braga. Abrange Helenos, Gravios, Castelo de Tui, tudo geração dos Gregos”. Acerca deste povo, o Prof. António Rodriguez Colmenero afirma“ ser perfeita a concordância das melhores fontes em ordem a localizar os Gróvios na zona litoral, entre os rios Lima e Minho, se bem que, a sua zona terá de delimitar-se bastante ao norte do rio, porquanto Tyde, identificado como Tui atual, estava situado na margem, direita do Minho e era terra Gróvia.”

Sobre os Celtas, sabemos que chegaram à parte ocidental da Ibéria por volta do Séc.VI a.C. Sobre este interessante conjunto de povos pré-Romanos que habitaram o noroeste peninsular, o Dr. Luís Filipe Aviz de Brito tenta definir várias ramificações partindo da mesma fonte comum: a cultura de Hallstatt, nas proximidades do Danúbio.

Alguns deles permaneceram isolados na meseta ou na Serra da estrela, embora outros se miscigenassem com os ibéros, provocando a celtibéria. A este conjunto e povos chamaram os Romanos Calaicos, por habitarem a região da Calaecia. A organização social destas comunidades assentava, basicamente, no núcleo familiar amplo, incluindo descendentes, a sua prole, constituindo unidades familiares muito vastas.